FISSURAS

Maio 20 2010

No presente, dificilmente é possível esboçar qualquer tipo de sorriso, enquanto ouvimos um discurso do nosso Primeiro-ministro, José Sócrates.  Mas quando o mesmo, se dedica a falar em “portulhol”, num almoço debate, assim sim, torna-se quase impossível conter o riso. O resultado está a vista:

publicado por João Soares Rodrigues às 20:59

Março 25 2010

 

Hoje foi aprovado o Plano de Estabilidade e Crescimento, com a abstenção do PSD e os votos contrários das restantes bancadas da oposição.

 

Na verdade, o PEC tinha de ser aprovado: com falhas, ou sem elas. As alternativas eram praticamente nulas, visto que o país precisa de atingir a estabilidade interna para conquistar a credibilidade internacional. Neste sentido, o PSD mostrou ser um partido responsável, premiando o interesse da nação e, só depois, o do próprio partido.

 

Mais uma vez, o BE e o PCP mostraram ser partidos do contra, ao utilizarem no seu discurso uma linguagem fora da realidade internacional, como se prova pelas várias declarações proferidas, que fazem pensar que Portugal pode viver bem sozinho, olhando só para si mesmo, o que é ,no mínimo estranho, num mundo que demanda a globalização.

 

Para finalizar, gostaria de deixar um apelo. Depois de se analisar o verdadeiro estado das contas públicas acho, no mínimo, sensato que se cessem as ideologias em torno de grandes obras públicas, que só vão endividar ainda mais o país.  Com o  conhecido aumento da divida pública, a história começa a assumir contornos muito semelhantes aos da Grécia.

 

- Será o TGV tão importante, quando por preços mais baixos conseguimos um voo para Madrid?

 

- A terceira travessia do Tejo é essencial? Quando actualmente as pessoas pagam imenso de portagens para passar a ponte 25 de Abril e a ponte Vasco da Gama, e convém frisar que não existem alternativas, daí o fundamento das portagens ser no mínimo duvidoso.

 

- Mais um aeroporto? Até poderia ser, mas de apoio ao que já existe, porque no fundo realizaram-se várias obras no actual aeroporto, para no futuro ser demolido, porque Portugal pode-se dar a esse luxo.

 

Espero que o interesse público prevaleça sobre os caprichos de algumas pessoas.

publicado por João Soares Rodrigues às 22:32
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Março 16 2010

 

Concluído mais um congresso do PSD, o sentimento geral é de unidade. Os ex-líderes estiveram presentes, contando com a presença do hesitante professor Marcelo Rebelo de Sousa, que, com a sua comparência, contribuiu para a unidade de que o partido tanto precisa, se quer despertar do coma em que tem estado. Pode-se até questionar o porquê de ter afirmado que existe um sentido de unidade no PSD, enquanto subsistem quatro candidaturas no seio do partido; mas, ao contrário de muitas vozes dissonantes, não vejo isso como um mau sinal, mas sim como um factor positivo, dado o pluralismo que ressalta das várias alternativas à liderança do partido. Factor bem distinto da aclamada união e respeito pelo futuro líder partidário, sentimentos que, ultimamente, têm faltado ao PSD.
Aguiar-Branco                                                                                             
É a imagem da moderação, um homem bastante ponderado, uma figura que me agrada e dá a imagem de uma política séria e responsável, sem populismos. Como era de esperar, o discurso de José Pedro Aguiar-Branco, não arrebatou o público, mas teve o respeito do mesmo, proclamando a unidade do partido em torno de Portugal. No meu ver, é esse mesmo o espírito inerente à figura de Aguiar-Branco, o candidato que se demarca pelo respeito e ponderação, não aderindo a extremismos somente para se promover a si e ao partido, e tem demonstrado todos esses atributos enquanto líder da bancada parlamentar. Apesar de tudo o que disse, não acredito que consiga ser o vencedor; o PSD precisa de união e ponderação, mas não será suficiente para que o candidato consiga a maioria dos votos; de facto, existe um claro respeito e consideração pela pessoa de Aguiar-Branco, mas falta-lhe algo mais (carisma?).      
 Castanheira Barros
 Sobre este candidato, apenas posso dar o mérito por ter consigo as assinaturas necessárias, e por lutar por algo que acredita, de resto, não creio que consiga uma votação sequer relevante para acreditar tão-pouco numa possível candidatura no futuro.
 Paulo Rangel
Para mim, a ideologia inerente a este candidato é muito semelhante à de Aguiar-Branco, contudo, considero Paulo Rangel um pouco mais extremista e com maior vivacidade nos discursos que profere. É o único dos quatro candidatos que teve uma vitória segura sobre o PS nas europeias. O seu discurso ficou marcado pela frase “Portugal precisa de uma verdadeira dessocratização”. Na sua intervenção, conseguiu agradar, arrancando vários aplausos, demonstrando tratar-se de um potencial candidato à vitória. Importa ainda realçar que, no seu discurso, teve a coragem de defender uma revisão constitucional que comece por reformar a forma como a justiça funciona. Um homem extremamente inteligente, e decerto uma grande individualidade para governar os destinos do partido e da nação.
 Pedro Passos Coelho
Fez um discurso brilhante, coerente e seguro. Foi o candidato mais aplaudido e, como tal, deu um grande passo para a vitória final. É o candidato que, na minha opinião, o PSD precisa: uma pessoa jovem, dinâmica, coerente, pragmática, bom orador e com garra para elevar o partido ao níveis conseguidos anteriormente. Para mim será o vencedor no dia 26.
Em jeito de resumo, dos quatro candidatos, três deles são muito bons, e como tal, qualquer um poderia ser líder do PSD, embora, na fase que o partido atravessa, o melhor será mesmo renovar-se com alguém jovem e dinâmico, para que no fundo se renove um partido, que ultimamente tem estado conotado aos ‘velhos barões’, que não conseguem despertar um sentimento de rejuvenescimento. Assim sendo, tanto Rangel como Passos Coelho, são caras que vão trazer juventude e novas ideias ao partido. Embora acredite mais na candidatura de Pedro Passos Coelho, séria óptimo a coexistência de várias figuras em torno da qualidade e união futura do partido, independentemente da vitória de um ou de outro.              
 

 

 

publicado por João Soares Rodrigues às 22:14
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Janeiro 12 2010

 

 

O Partido Popular Monárquico pretende alterar a constituição e referendar a monarquia.
Manuel Beninger membro partidário do PPM, adiantou que “a república é o resultado de uma minoria”. Esta declaração tem o seu toque de humor, pelo menos no meu ver, porque realmente a república até pode ser vontade de uma minoria (algo que não acredito), mas vamos supor que sim, e se for esse o caso, o que é que se pode chamar ao regime monárquico? Talvez seja a vontade da maioria, que determinadas pessoas, sem o mínimo mérito que os distinga do resto da população, sejam escolhidas para governar ou comandar os destinos da nação, escolha feita porque “alguém” teve a felicidade de ser o primeiro filho de um rei. De facto tudo isto faz todo o sentido, mas não na nossa época.
Gostava ainda de realçar mais uma declaração do senhor Manual Beninger, ao afirmar que “queremos uma lei fundamental igual para todos”. Será que essa lei fundamental, que é a Constituição da República Portuguesa, é assim tão desigual? E supondo que é, ao substituirmos o Presidente da Republica que é eleito por todos os cidadãos, por um rei, estamos realmente a tornar a lei fundamental igual para todos? Na minha opinião não, até porque, este regime prima pela desigualdade, visto que, o rei é uma pessoa como já disse sem o mínimo mérito para comandar o país, simplesmente por descender de determinada família, para mim, não é condição suficiente para se comandar os destinos de uma nação. É de facto uma desigualdade que a Constituição não pode abarcar. Mas podemos falar de outra desigualdade, os reis até ver, são somente do sexo masculino, limitando as mulheres a um cargo meramente secundário, assim sendo, acho que não preciso de me esforçar mais para demonstrar a desigualdade deste regime político.
Peço desculpa pela dureza do texto, mas considero lamentável que, nos dias de hoje, ainda se fale na possibilidade de um regime monárquico, porque nenhuma família deve possuir um exclusivo de governação de um determinado território, só porque sim.
Para finalizar o post, extrai uma frase do presidente do PPM, que se encontra no texto inicial do site do partido e  resume tudo o que sou contra neste regime, “ a autoridade Real encontra-se precisamente na sua não eleição, tal qual os que nos antecedem no seio de cada família”.
publicado por João Soares Rodrigues às 00:51
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Novembro 01 2009

  

O primeiro-ministro italiano, Sílvio Berlusconi, diz que tenciona manter-se em funções, mesmo que seja condenado por corrupção, com o argumento de defender a democracia e o Estado de Direito.

 

As palavras deste “ilustre” senhor pecam porque, ridiculariza a função dos tribunais italianos ao afirmar que a condenação seria injusta. E se hipoteticamente for condenado, afirma-se como o salvador que pretende continuar em funções para lutar contra aqueles que injustamente o condenaram, ou seja, um tribunal imparcial, composto por um juiz ou juízes supostamente imparciais.

 

Tudo isto até poderia parecer normal mas, torna-se supeito que seis semanas após o regresso de Berlusconi ao poder tenha sido aprovada a lei Alfano, que visava dar imunidade ao chefe de Governo enquanto estivesse em funções.

 

A lei Alfano foi anulada pelo Tribunal Constitucional, alegando a violação do princípio da igualdade dos cidadãos perante a lei. Quando soube da decisão, Berlusconi tratou de acusar juízes, imprensa e o Presidente da República de parcialidade de esquerda.

 

Reflectindo sobre esta matéria, não será estranho que Sílvio Berlusconi que se diz inocente, ter tentado aprovar uma lei que lhe conferia imunidade enquanto desempenha-se as funções de primeiro-ministro. Uma lei que por sinal devia ser uma vergonha para qualquer chefe de estado, aproveitando-se da sua posição, para autoproclamar-se superior a todos os cidadãos, não estando abrangido pelas normas legais destinadas a todos. Será uma espécie de “santo”?

 

Felizmente a lei não foi aprovada e a revogação da lei Alfano, a 7 de Outubro, fez com os processos anteriormente suspensos fossem reabertos. É usual dizer que quem não deve não teme, e assim sendo, penso que é horrível um primeiro-ministro dizer que mesmo que seja condenado, não abdica do poder, em prol de um estado democrático, diga-se de passagem que ninguém é dono da verdade e um verdadeiro estado de direito aceita as decisões dos seus tribunais, como estrutura essencial desse mesmo Estado.

 

publicado por João Soares Rodrigues às 22:28
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