Há quem lhe chame “crise”. O que eu sei é que na situação em que actualmente vivemos já se formou uma autêntica tempestade, já choveram aguaceiros, e, veja-se, ainda se fala na nuvem negra. Com isto quero eu dizer que devemos chamar as coisas pelos nomes. Há quatro períodos que a economia atravessa – crescimento, crise, recessão e retoma. A crise, que corre noticiários com uma displicência incorrigível, já ficou para trás, mas, como a gíria ensina e muito bem, “ó tempo”. Ande-se um pouco atrás no retroprojector da memória e recorde-se as palavras de uma ascensão metafórica não pouco mordaz, em que Durão Barroso clamava aos portugueses, (num tom algo trágico, como mandava a ocasião), “o país está de tanga”. Ora como é dever de qualquer cidadão informar, pois aqui vai a má nova: a tanga já caiu, meus amigos. “Ó tempo”….
P.S. Fala-se muito agora em retoma. Esta passagem de crise - que significa perturbação da economia – para a retoma, assim, do pé prá mão, ignorando-se a temerária recessão, ao recear entoar a palavra, traz água no bico.