FISSURAS

Março 15 2010

 

É mais do que evidente: as palavras e a atribuição do seu significado, são, no mundo de Alice, uma das características chave de um filme que pouco mais acrescenta à história da Disney per si  (para além da evidente passagem do tempo) e em que o nonsense se torna, de repente, palco de uma história que poderia muito bem ser uma história banal de um sonho, mas que é inversamente proporcional à normalidade das coisas. Confuso? Pode muito bem acontecer. No mundo de Alice, não há verdades feitas. Tudo é passível de ser transfigurado. A exploração do absurdo parece questionar o absurdo em si, obrigando à procura de significados que escondem mais do que simples palavras. E é isso que torna o filme ‘burtoniano’ anormalmente interessante: o enigma, o mistério, o cenário tipicamente gótico a que Burton já nos habituou, a sensação de estranheza e hilaridade; tudo isso nos fascina, de certa forma. E o realizador indomável, aproveitando esse mistério de que as aventuras de Carrol se fazem acompanhar, molda as personagens ao seu mundo, caricaturando-as excentricamente, deformando-as a seu belo prazer (veja-se a vilã Rainha das Copas e o seu séquito de acompanhantes). É esse rasgo de percepção de um mundo aquém da indústria pré-configurada que imputa essa tónica de rebeldia nos seus filmes. Porque o mistério e o insólito jogam sempre bem. E quem mais do que Burton para entender isso, jogando a seu favor uma Disney que já se rendeu a um estilo muito próprio. 

 

 

publicado por Catarina Pinho às 23:35
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Novembro 21 2009

 

 

 

Simplesmente Magnífico...

publicado por João Soares Rodrigues às 20:31
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Junho 2010
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