Já li, em diversos jornais, crónicas não pouco arrebatadas que têm como base a mais recente investigação levada a cabo pela Secção Portuguesa da Transparency International. O estudo intitula-se "Corrupção e os portugueses: Atitudes, práticas e valores" e serve de âncora à estupefacção generalizada, originada por dados relevantes: os resultados, apresentados pelo investigador Luís de Sousa, dão conta do facto de que os portugueses são coniventes com a corrupção; isto é, apercebem-se da sua existência, e condenam-na oficialmente, mas, na prática, não oferecem outra resposta que não a passividade, acabando mesmo por pactuar com ela, em actos como as famosas "cunhas" ou até em casos mais graves, como subornos, conforme adiantou Luís de Sousa à agência Lusa. Co-responsáveis pelo funcionamento e manutenção do sistema? Cada um tire as suas próprias conclusões.