Hoje foi aprovado o Plano de Estabilidade e Crescimento, com a abstenção do PSD e os votos contrários das restantes bancadas da oposição.
Na verdade, o PEC tinha de ser aprovado: com falhas, ou sem elas. As alternativas eram praticamente nulas, visto que o país precisa de atingir a estabilidade interna para conquistar a credibilidade internacional. Neste sentido, o PSD mostrou ser um partido responsável, premiando o interesse da nação e, só depois, o do próprio partido.
Mais uma vez, o BE e o PCP mostraram ser partidos do contra, ao utilizarem no seu discurso uma linguagem fora da realidade internacional, como se prova pelas várias declarações proferidas, que fazem pensar que Portugal pode viver bem sozinho, olhando só para si mesmo, o que é ,no mínimo estranho, num mundo que demanda a globalização.
Para finalizar, gostaria de deixar um apelo. Depois de se analisar o verdadeiro estado das contas públicas acho, no mínimo, sensato que se cessem as ideologias em torno de grandes obras públicas, que só vão endividar ainda mais o país. Com o conhecido aumento da divida pública, a história começa a assumir contornos muito semelhantes aos da Grécia.
- Será o TGV tão importante, quando por preços mais baixos conseguimos um voo para Madrid?
- A terceira travessia do Tejo é essencial? Quando actualmente as pessoas pagam imenso de portagens para passar a ponte 25 de Abril e a ponte Vasco da Gama, e convém frisar que não existem alternativas, daí o fundamento das portagens ser no mínimo duvidoso.
- Mais um aeroporto? Até poderia ser, mas de apoio ao que já existe, porque no fundo realizaram-se várias obras no actual aeroporto, para no futuro ser demolido, porque Portugal pode-se dar a esse luxo.
Espero que o interesse público prevaleça sobre os caprichos de algumas pessoas.
No princípio, eram três. Três candidatos, um só lugar. Quem quer ser presidente dos EUA? – perguntava-se, pelas ruas de uma América sem norte. Não havia jornal em que não constasse a questão mais relevante: quem estará preparado para o desafio? Obama e o multiculturalismo que lhe estará sempre associado venceram. A barreira da diferença – discorde-se ou não – foi ultrapassada. Um momento histórico reacendeu a esperança numa América democrata. O sucesso da reforma na saúde, conseguido ontem, através de muito esforço – o presidente Barack Obama multiplicou-se em telefonemas a congressistas para conseguir reunir o número máximo apoios – pode muito bem ser representativo de uma conquista histórica por parte de um presidente que, até agora, não mais era do que a esperança numa América fragilizada. Agora, a esperança começa a materializar-se: a lei, a assinar terça-feira, não sendo totalmente universal, alarga o sistema para 95% da população. O seguro de saúde será obrigatório para todos os cidadãos americanos abrangidos pela reforma, já a partir de 2014, existindo também a alternativa das apólices de grupo a que os empregadores dão acesso, assim como um mercado individual. Os subsídios serão facultados aos cidadãos que não consigam suportar os custos dos seguros. Não é uma reforma perfeita. Mas é, sem dúvida, um passo seguro, que fortalece a imagem de um presidente que, ao fim de um ano e alguns meses, já faz história. Agora, Obama pode muito bem dizer: “yes, I do”.
É mais do que evidente: as palavras e a atribuição do seu significado, são, no mundo de Alice, uma das características chave de um filme que pouco mais acrescenta à história da Disney per si (para além da evidente passagem do tempo) e em que o nonsense se torna, de repente, palco de uma história que poderia muito bem ser uma história banal de um sonho, mas que é inversamente proporcional à normalidade das coisas. Confuso? Pode muito bem acontecer. No mundo de Alice, não há verdades feitas. Tudo é passível de ser transfigurado. A exploração do absurdo parece questionar o absurdo em si, obrigando à procura de significados que escondem mais do que simples palavras. E é isso que torna o filme ‘burtoniano’ anormalmente interessante: o enigma, o mistério, o cenário tipicamente gótico a que Burton já nos habituou, a sensação de estranheza e hilaridade; tudo isso nos fascina, de certa forma. E o realizador indomável, aproveitando esse mistério de que as aventuras de Carrol se fazem acompanhar, molda as personagens ao seu mundo, caricaturando-as excentricamente, deformando-as a seu belo prazer (veja-se a vilã Rainha das Copas e o seu séquito de acompanhantes). É esse rasgo de percepção de um mundo aquém da indústria pré-configurada que imputa essa tónica de rebeldia nos seus filmes. Porque o mistério e o insólito jogam sempre bem. E quem mais do que Burton para entender isso, jogando a seu favor uma Disney que já se rendeu a um estilo muito próprio.
Já li, em diversos jornais, crónicas não pouco arrebatadas que têm como base a mais recente investigação levada a cabo pela Secção Portuguesa da Transparency International. O estudo intitula-se "Corrupção e os portugueses: Atitudes, práticas e valores" e serve de âncora à estupefacção generalizada, originada por dados relevantes: os resultados, apresentados pelo investigador Luís de Sousa, dão conta do facto de que os portugueses são coniventes com a corrupção; isto é, apercebem-se da sua existência, e condenam-na oficialmente, mas, na prática, não oferecem outra resposta que não a passividade, acabando mesmo por pactuar com ela, em actos como as famosas "cunhas" ou até em casos mais graves, como subornos, conforme adiantou Luís de Sousa à agência Lusa. Co-responsáveis pelo funcionamento e manutenção do sistema? Cada um tire as suas próprias conclusões.