FISSURAS

Janeiro 13 2010

 

Pessoas vagueiam pelos escombros. Há gente ainda soterrada. Há quem pergunte a Deus “porquê nós?” . Uma mulher leva a filha pelo colo, sem saber bem para onde vai, para onde ir. Em todo o lado há uma espécie de grito omnipresente que ecoa através das imagens que chegam pela TV e pela Internet. Em todo o lado ouvimos esse grito lancinante, ensurdecedor, o culminar do império do caos. Caos que é total, que invade um dos países mais pobres do mundo. “Continuo a perguntar, porquê nós, os haitianos?” – a pergunta ressoa pelo espectro do aparelho televisivo. Tenho a impressão que não é ela que deveria estar ali, a perguntar aquilo. Tenho a impressão de que o caos não é só o sismo de magnitude 7 na escala de Richter, um dos 15 mais intensos de todos os tempos, que incidiu num dos países mais pobres do mundo, o Haiti, agora derrubado pela Natureza. Tenho a impressão de que a pergunta “porquê nós?” ressoa em mim, parte daqueles que passaram ao lado da tragédia. E essa impressão torna-se uma certeza e essa certeza vai estrangulando todas as certezas, até que a imagem da haitiana no centro da televisão não pára de me perseguir e só penso - que nojo de mundo.

 

 

 

publicado por Catarina Pinho às 15:27
Tags:

Janeiro 13 2010

 

 Imagem retirada da página redbullairrace.com.
Se não aparecerem patrocínios suficientes que permitam angariar 3,5 milhões de euros necessários à realização do evento, esse dinheiro será pago pela Câmara de Lisboa (50%), pela de Oeiras (25%) e pelo Turismo de Lisboa (25%).
Já no que diz respeito as autarquias de Porto e Gaia nunca ficaram contratualmente obrigadas a gastar mais de 400 mil euros cada uma.  
Esta questão em torno do Red Bull Air Race faz-me um bocadinho de confusão, primeiramente pelo facto de ter sido retirado ao Porto e Gaia um evento que trazia um grande dinamismo económico à cidade, e segundo pelos valores envolvidos com a Câmara de Lisboa, o Município de Oeiras e o Turismo de Lisboa. Podemos sempre pensar que o apoio comercial vai surgir, mas caso isso não aconteça, será legítimo se gastar aproximadamente 3,5 milhões de euros, de dinheiro público, num evento que só aparece na televisão no dia que passa por Portugal. Porque sejamos sinceros quem é que acompanha o Red Bull Air Race, ao longo de toda a época, provavelmente quase ninguém em Portugal. Daí achar que não se deve apostar tanto, para se ver uns aviões a pairar pelo ar, para isso a força aérea portuguesa faz secções idênticas e gratuitas. E preferia que esse dinheiro fosse investido em necessidades básicas de Lisboa e Oeiras, contribuindo para melhorar a vida das pessoas.
Gostaria de fazer um simples comentário sobre a mudança do evento para Lisboa. Independentemente de considerar o Red Bull Air Race um grande espectáculo ou não, a verdade é que trazia muito dinamismo ao comércio das duas metrópoles. E fico um pouco triste ao ver que governo nacional deixa o Norte e o Porto sujeitos a si mesmo. A verdade é que o número de eventos em Lisboa não tem sequer comparação, com o número existente no Porto ou restante País. Acho que é chegado o momento de se adquirir consciência dos graves problemas que estão a surgir com o centralismo Lisboeta em várias matérias, chega de dogmatismos e é tempo de empregar esforços em tornar várias cidades portuguesas dinâmicas, culturais, e fortemente competitivas, e não deixar por sua própria conta várias cidades, apoiando constantemente Lisboa, Lisboa, Lisboa…
 

 

publicado por João Soares Rodrigues às 15:21
Tags:

Janeiro 2010
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
11
14
15
16

17
18
19
20
22
23

24
25
26
27
28
29
30

31


pesquisar
 
subscrever feeds
blogs SAPO